A RAM ocorre quando bactérias, vírus, fungos e parasitas não respondem mais aos medicamentos. É responsável por 1,27 milhão de mortes atribuíveis no mundo
A Semana Mundial de Conscientização sobre a Resistência a Antimicrobianos (RAM) é celebrada mundialmente de 18 a 24 de novembro. A Universidade de Santa Cruz do Sul (Unisc), através do Grupo de Pesquisa sobre a RAM e o Ensino em Saúde, coordenado pela vice-reitora e professora Andréia Rosane de Moura Valim, com os professores colaboradores Ingre Paz e Marcelo Carneiro, promove o fortalecimento da rede de apoio entre professores e estudantes para que práticas preventivas façam parte do cotidiano.
O uso indiscriminado de antimicrobianos na saúde humana, animal e nos meios de produção agroalimentares e fatores sociais e ambientais são os principais responsáveis pela aceleração da RAM, responsáveis por 1,27 milhão de mortes atribuíveis e até 5 milhões de mortes associadas no mundo. A RAM ocorre quando bactérias, vírus, fungos e parasitas mudam com o tempo e não respondem mais aos medicamentos. Isso torna as infecções mais difíceis de tratar e aumenta o risco de propagação de doenças e até a morte.
“Todos os anos essa campanha visa conscientizar, melhorar a compreensão do problema e promover as melhores práticas no âmbito da estratégia de “Saúde Única” para reduzir o surgimento e a disseminação de infecções”, destaca o professor Marcelo Carneiro.
Já para Andréia, ‘os estudos irão contribuir para a adoção de novas práticas e políticas, ampliando a conscientização das pessoas sobre o uso responsável de antimicrobianos e gerando um compromisso duradouro com a saúde pública’.
O projeto, além dos professores, tem apoio de alunos dos cursos de Enfermagem e Medicina da Unisc e é composto por três etapas. A primeira é a de avaliar o Programa de Gerenciamento de Uso de Antimicrobianos (PGA) em unidades de internação adulto dos hospitais brasileiros e desenvolver estratégias para promover a sua otimização. O segundo ponto é os estudos voltados para o ensino nas universidades públicas, comunitárias e privadas para a educação profissional. E o terceiro é o desenvolvimento de tecnologias para o avanço do conhecimento técnico-científico relacionado a novas abordagens de infecções resistentes e maior compreensão da relação entre a saúde humana, animal e ambiental, em linha com o conceito de “Saúde Única” o que estimulará à pesquisa sobre a RAM.
Segundo a professora Ingre, a iniciativa ainda inclui fomento à colaboração interdisciplinar, aumentando a eficiência de soluções para questões de saúde pública e fortalecimento da capacidade científica nacional, resultando em uma possível contribuição à solução de problemas globais.
Vice-reitora Andréia (centro), professora Ingre (2ª da esquerda para a direita) e bolsistas do grupo - Foto: Bruna Lovato/Unisc