O estudo acompanhou 469 crianças e adolescentes com idade entre 7 e 17 anos
Graduada em Educação Física, mestra e doutoranda em Promoção da Saúde pela Universidade de Santa Cruz do Sul (Unisc), Leticia Welser, publicou um artigo para falar sobre o aumento dos índices de hipertensão em crianças e adolescentes. A pesquisa, feita em Santa Cruz do Sul, deu nome ao artigo “Incidência de Hipertensão Arterial está Associada com Adiposidade em Crianças e Adolescentes”.
A pesquisa acompanhou 469 crianças e adolescentes com idade entre 7 e 17 anos (43,1% do sexo masculino), avaliados em dois momentos. Primeiro, foram avaliadas a pressão arterial sistólica (PAS), pressão arterial diastólica (PAD), circunferência da cintura (CC), índice de massa corporal (IMC), porcentagem de gordura corporal (%GC), perfil lipídico, glicemia, aptidão cardiorrespiratória (APCR), e polimorfismo rs9939609 (gene FTO). “O estudo surgiu como parte de uma dissertação de mestrado, que inicialmente teve como resultado do primeiro artigo que fatores de risco cardiometabólicos das crianças e adolescentes avaliados da amostra estavam com índices mais altos quando comparados a uma amostra internacional. Partindo deste ponto, aprofundamos a pesquisa para explorar a respeito da incidência de hipertensão nas crianças e adolescentes, e sua relação com os demais fatores de risco, chegando a conclusão que o aumento nos níveis da pressão arterial está relacionado com a adiposidade nesta população”, fala.
Após três anos, a incidência de hipertensão foi de 11,5%. Indivíduos com sobrepeso e indivíduos obesos apresentaram maior probabilidade de se tornarem indivíduos classificados como borderline para hipertensão, e indivíduos obesos apresentaram maior probabilidade de se tornarem hipertensos. “Estudos como este, que aborda a incidência de hipertensão - que são os novos casos - e sua relação com outras variáveis cardiometabólicas, incluindo informações do perfil genético, em crianças e adolescentes, são ainda mais escassos, principalmente estudos longitudinais, de coorte, que são os que acompanham os mesmos indivíduos ao longo do tempo.”
Para Letícia, a prevenção das doenças cardiovasculares deveria iniciar-se na infância, por meio de um rastreamento regular para hipertensão, aconselhamento para um estilo saudável, e prevenção de fatores de risco modificáveis para IMC, CC e %GC. Ainda, iniciativas de estudos de intervenção para que, desta forma, se consiga mudar o futuro da saúde dos jovens.
A pesquisa ainda teve a participação de Karin Allor Pfeiffer, com revisão crítica intelectual do conteúdo do texto; João Francisco de Castro Silveira, com aquisição de dados, análise e interpretação dos dados, redação do texto e análise estatística; a vice-reitora da Unisc, Andreia Rosane de Moura Valim, com revisão crítica intelectual do conteúdo do texto; a professora Jane Dagmar Pollo Renner, com obtenção de financiamento, revisão crítica intelectual do conteúdo do texto, a professora Cézane Priscila Reuter, concepção e desenho da pesquisa, aquisição de dados, análise estatística, obtenção de financiamento e revisão crítica intelectual do conteúdo do texto.