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Na noite do dia 8 de abril, a renomada pesquisadora e epidemiologista, Ethel Leonor Noia Maciel, presidente da Rede Brasileira de Pesquisa em Tuberculose, abrilhantou a disciplina de Tópicos Avançados em Saúde, do Programa de Pós-Graduação em Promoção da Saúde da Unisc - Mestrado e Doutorado (PPGPS), com a palestra intitulada No dia mundial (24/03/2021) de Luta contra a Tuberculose: como estamos em tempos de Covid-19?

Em seu relato, esclareceu que, antes da pandemia, a Tuberculose (TB) era a doença infecciosa que mais causava óbitos no mundo, porém, em 2020, foi ultrapassada pela Covid-19. Esses números elevados fazem com que o aprendizado diário com a pandemia possa ser utilizado em outras patologias, como a Tuberculose. Ethel disse que a TB ainda acomete um elevado número de pessoas e, em sua maioria, quando fatal, acaba vitimando aqueles que vivem em países de baixa e média renda. Por isso, destacou a necessidade de tratamento da infecção latente de TB para evitar que se torne doença ativa.

Entretanto, a pandemia interrompeu gravemente as respostas à TB em países de baixa e média renda, revertendo muitos anos de progresso feito contra a Tuberculose, impactando diretamente nos serviços de tratamento e detecção precoce, inclusive no Brasil. As medidas de prevenção da Covid-19 possivelmente apresentam impacto na redução de transmissão da TB. Em contrapartida, os indivíduos doentes podem ter seus casos agravados devido a um atraso no diagnóstico e demora no início do tratamento. A pesquisadora destaca também, que uma das estratégias da Organização Mundial da Saúde (OMS) é de até 2035 reduzir a mortalidade por Tuberculose em 95% e a incidência em 90%. Nesse contexto, elencou algumas estratégias para que se possa alcançar estes objetivos no Brasil, bem como reduzir o impacto da Covid-19 nos pacientes acometidos pela TB. Entre eles, estão a realização de testes em massa (buscar pessoas infectadas) para romper a cadeia de transmissão da tuberculose; o fortalecimento da Atenção Primária em Saúde; a realização de diagnóstico diferencial entre Covid-19 e Tuberculose;  o tratamento precoce contra TB (tratamento de infecção latente); a implantação de medidas de prevenção e controle das infecções transmitidas pelo ar, como TB e Covid-19;  a implementação de dados de vigilância em tempo real, o que já se mostrou possível com a Covid-19, proporcionando uma melhor resposta dos sistemas e serviços de saúde para todas as doenças e agravos; e o investimento em profissionais de saúde com qualificação para atuar com as duas doenças.

Ethel finalizou sua fala ressaltando que os cenários descritos exigirão um esforço conjunto do governo, da academia e da sociedade em geral, sendo necessário melhorar os testes, o tratamento, a prevenção e a pesquisa da Tuberculose. Para isso, torna-se primordial um investimento maciço e comprometido em pesquisas científicas e transferência imediata de conhecimento para a sociedade.

 

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