Na Unisc diversas profissionais mulheres constroem um futuro melhor para a comunidade.
Silvia Areosa é uma delas.
A pandemia da Covid-19 potencializou os casos de transtornos mentais na população mundial, aumentando os quadros de depressão, ansiedade, estresse e síndrome do pânico. A mudança na rotina, a incerteza em relação ao futuro e o isolamento social foram algumas das causas. Apesar de muitas faixa etárias apresentarem níveis de sofrimento psíquico, os idosos podem ser mais vulneráveis, considerando que pertencem ao grupo de risco da doença e, muitas vezes, precisam enfrentar o sentimento de solidão.
Pensando nisso, a psicóloga, professora da Unisc e coordenadora do Programa de Pós-Graduação em Psicologia, Silvia Coutinho Areosa, desenvolveu, junto ao seu grupo de estudos e pesquisas em Envelhecimento e Cidadania, um projeto para amparar pessoas com mais de 60 anos. O Telecuidado a pessoa idosa-Unisc foi executado durante 2020 e está sendo repensado para operar este ano.
“Através do cadastro de idosos que participavam de alguma atividade na Unisc, nós montamos uma rede de dados. Então, ligamos para cada idoso cadastrado, como um contato de acolhimento. Os que declararam interesse receberam acompanhamento por um período. Já os que demostraram algum tipo de sofrimento passaram a receber ligações sistemáticas feitas por mim e por outra psicóloga do projeto”, explica Silvia.
No total, o projeto acolheu 636 pessoas por telefone. Para viabilizar o trabalho, Silvia treinou uma equipe de voluntários, entre acadêmicos de Psicologia, residentes do Hospital Santa Cruz e uma mestranda da Unisc. Os atendimentos eram realizados das 09h às 18h, de segunda a sexta-feira. “Nosso maior objetivo era escutar as pessoas e suas angústias, passando a mensagem de que elas não estavam sozinhas”, aponta Silvia.
Para a psicóloga e mestranda em Desenvolvimento Regional na Unisc, Eduarda Corrêa Lasta, que foi voluntária da ação “poder colaborar com o bem-estar das pessoas foi gratificante. Através das ligações do projeto, percebia os idosos com índices elevados de ansiedade, tristeza ou mesmo de sentimentos de desesperança e a partir disso realizava um acompanhamento mais direcionado. Sou graduada pela Unisc e, sendo assim, minha formação esteve muito ligada aos princípios de atuação comunitária que pude colocar em prática”.
Silvia Virginia Coutinho Areosa
Eduarda Corrêa Laste
Mulheres que atuam para o bem coletivo
Silvia Coutinho Areosa é psicóloga social, professora da Unisc e há 20 anos atua com ações de pesquisa e extensão na área do envelhecimento humano e cidadania. Para se aproximar ainda mais da causa, a profissional também participa do Conselho Municipal do Idoso.
“Sei que ainda nos dias atuais as mulheres não tem as mesmas oportunidades dos homens. Mas, felizmente, tive a oportunidade de estudar e de hoje atuar em uma instituição que tem uma mulher como chefe maior. Sou coordenadora de um Programa de Pós Graduação Stricto Sensu, resposta de uma carreira de mais de 30 anos de formação continuada. Por isso, acredito que tenhamos que lutar por nossos sonhos. Também entendo que possuo a responsabilidade de trabalhar pela qualidade de vida da nossa comunidade”, reforça Silvia.
Professora Silvia e mestranda Eduarda em grupo de estudos antes da pandemia
Ações Comunitárias
A Unisc possui caráter comunitário e atua para assegurar o desenvolvimento da região através de suas diferentes áreas do conhecimento. Durante a pandemia da Covid-19 dezenas de frentes foram criadas para reduzir os impactos da crise sanitária na região.
“Contei com total apoio da Universidade, que rapidamente disponibilizou os cadastros das pessoas idosas e tudo que precisaríamos para trabalhar. Foram muitos os envolvidos, como a reitora Carmen Lúcia Helfer e os professores Rolf Molz, Andreia Valim, Maria Ângela Gadke e Cristiane Redin Freitas. Por todo este suporte é que conseguimos atuar efetivamente”, acrescenta Silvia.
Este ano, como a crise da Covid-19 segue impactando a população, os envolvidos no projeto estão pensando em formas de reestruturar seus atendimentos aos idosos. “Sempre me preocupei com as pessoas mais vulneráveis. Nós temos o privilégio de estar em uma universidade que possibilita recursos para criar projetos e colaborar com o bem da comunidade. Tenho orgulho por saber que a Unisc esteve atuante desde o início da pandemia, organizando frentes de trabalho em prol do bem coletivo. Espero poder seguir contribuindo”, completa Sílvia.
Professora Silvia apresentando pesquisa sobre idosos da zona rural de Santa Cruz do Sul.
Conheça outras histórias de profissionais da Unisc
No mês da mulher, a Unisc deseja que todas reconheçam sua força para ocupar espaços com protagonismo. Como forma de inspiração, na segunda-feira, 8, contamos sobre o trabalho da Andreia Valim e, na sexta-feira, 12, sobre a atuação da Caroline Ritt. Nos próximos dias, contaremos mais uma história de uma profissional da Unisc que colabora com o bem da comunidade. Acompanhe nosso site!
“Aqui na Universidade temos grandes exemplos de mulheres e profissionais maravilhosas, ocupando as mais diferentes atribuições. Em 2020 isso ficou em evidencia, pois todas precisaram se reinventar. Fosse pra enfrentar a pandemia na linha de frente, para adaptar seus formatos de trabalho ou para seguir colaborando com o bem-estar da comunidade. Foi essa coragem e essa união que nos fez seguir em frente. Tenho muito orgulho de estar perto de tantas pessoas competentes!”, destaca Carmen Lúcia de Lima Helfer, reitora da Unisc.