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Deise Ferreira enfrenta um câncer. E foi com o apoio da família e da Unisc que o sonho em concluir o Curso de Direito não ficou para trás

Comemorar o Dia da Mulher sempre teve um gosto especial para a estudante do Curso de Direito da Universidade de Santa Cruz do Sul (Unisc) Deise Lírio Ferreira, de 45 anos. No dia 8 de março ela faz aniversário. E neste ano, a data tem uma simbologia ainda maior: recomeço.

Moradora de Santa Cruz do Sul, foi em dezembro de 2023 que ela descobriu um câncer de mama. “Estava terminando o 6º semestre, estava com vários projetos novos no trabalho, com uma filha pequena de 5 anos e um filho de 9 anos. Quase pirei! Primeiro: sempre faço minhas consultas de revisão no período correto e nunca meus exames tiveram alterações. Segundo: na minha família ninguém teve câncer de mama, não conseguia acreditar”, conta.

Para surpresa, o tipo de tumor ainda era diferente. “Era inflamatório. Meu seio ficou duro, como se estivesse com mastite. Quando procurei o médico achei que iria tomar um remédio para inflamação, nunca esperava este diagnóstico, não tinha um nódulo no seio. Enfim, a mastologista me disse que a doença era muito agressiva.”

Com a notícia, Deise sentiu que o chão caiu. Ela lembra, como se fosse hoje, que saiu direto da consulta e foi falar, com o marido e a mãe, para que cuidassem dos filhos dela depois que não estivesse mais aqui. “Quando ela falou comigo achei que o meu tipo de câncer não teria cura, apenas cuidados paliativos. Descobri depois, quando fui ao oncologista que, mesmo sendo agressivo, meu tumor tinha tratamento. Foi aí que voltou minha força para viver.”

Depois que se acalmou, Deise conversou com o médico e viu que poderia tentar manter as atividades normais enquanto fazia o tratamento com quimioterapia, radioterapia, cirurgia de mastectomia radical e imunoterapia. Além de cursar Direito, ela também trabalha na Câmara de Vereadores de Venâncio Aires. “Ou seja, seria um tratamento longo e não poderia focar na doença. Algumas pessoas me diziam para trancar a graduação, deixar de trabalhar, mas isso me tornaria uma pessoa chata, não seria justo comigo e nem com a minha família.”

Deise ficou ciente de que a imunidade baixaria e ficar em uma sala de aula com outras pessoas poderia trazer riscos à saúde. E para manter os estudos, ela teve a ideia de propor assistir as aulas por vídeo. Falou com a coordenação do Curso, com alguns professores por mensagem e questionou se poderia assistir pelo computador. “Eu ainda disse que não queria nenhum tratamento diferenciado, apenas precisava respeitar a minha imunidade.”

Com o pedido prontamente aceito, uma câmera foi colocada nas aulas e ela assistia no mesmo horário dos demais colegas. “Pedi para fazer as provas na coordenação, numa sala sozinha. Lembro como se fosse hoje, eu ía de máscara para a Unisc, lembrava um pouco a época da pandemia. Todos os professores foram muito legais comigo e todas as aulas tinham uma câmera para eu poder assistir. E assim fiquei um semestre inteiro e graças a Deus deu tudo certo.”

A Unisc, professores, funcionários e alunos do Curso de Direito foram fundamentais no processo de recuperação de Deise. “Não me senti excluída da sociedade. Eu estava ali, junto com todos, de uma forma responsável. Sem falar que ocupei minha cabeça, pois tinha o trabalho e estudos para fazer. Eu só me ausentei quando estava mal. Tentava fazer a quimioterapia sempre nas sextas-feiras já pensando que, passando mal, teria o final de semana para me recuperar.”

Para Deise, a Universidade e os professores fizeram com que ela acreditasse que não era apenas mais uma aluna. “Entenderam meu problema e fizeram de tudo para eu manter os estudos e manter a cabeça ocupada, isso não tem preço. Serei eternamente grata. Não existe “uma receita de bolo” para quando descobrimos a doença, mas no meu caso eu optei por ocupar a cabeça de forma saudável.”

A família também foi fundamental no processo, pois sempre esteve ao lado dela. “Tentei manter a minha rotina para não enlouquecer. Quando passava mal ou ficava cansada, me escondia no quarto para as crianças não verem. Avisava meu marido, que foi um parceiro ímpar em todo este processo, para distraí-los. Mantinha uma rotina, fazia exercícios físicos em casa, todos os dias, para liberar o estresse. Isso também foi muito importante.”

Hoje, Deise está na fase final do tratamento e com formatura programada para janeiro de 2026. A estudante de Direito, que também é formada em Fisioterapia pela Unisc, sempre considerou que aniversário é sinônimo de recomeço. Ainda mais neste ano, depois de tanta luta. “É ter a chance de fazer algo diferente. Eu agradeço a Deus pela nova oportunidade que estou tendo. Vou lembrar sempre deste aniversário em que me tornei uma nova mulher, mais forte, mas também com novos valores. Concluir esta graduação já será uma virada de chave para mim.”

 Deise Divulgação

Deise Lírio Ferreira é estudante do Curso de Direito

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Deise Ferreira enfrenta um câncer. E foi com o apoio da família e da Unisc que o sonho em concluir o Curso de Direito não ficou para trás

Comemorar o Dia da Mulher sempre teve um gosto especial para a estudante do Curso de Direito da Universidade de Santa Cruz do Sul (Unisc) Deise Lírio Ferreira, de 45 anos. No dia 8 de março ela faz aniversário. E neste ano, a data tem uma simbologia ainda maior: recomeço.

Moradora de Santa Cruz do Sul, foi em dezembro de 2023 que ela descobriu um câncer de mama. “Estava terminando o 6º semestre, estava com vários projetos novos no trabalho, com uma filha pequena de 5 anos e um filho de 9 anos. Quase pirei! Primeiro: sempre faço minhas consultas de revisão no período correto e nunca meus exames tiveram alterações. Segundo: na minha família ninguém teve câncer de mama, não conseguia acreditar”, conta.

Para surpresa, o tipo de tumor ainda era diferente. “Era inflamatório. Meu seio ficou duro, como se estivesse com mastite. Quando procurei o médico achei que iria tomar um remédio para inflamação, nunca esperava este diagnóstico, não tinha um nódulo no seio. Enfim, a mastologista me disse que a doença era muito agressiva.”

Com a notícia, Deise sentiu que o chão caiu. Ela lembra, como se fosse hoje, que saiu direto da consulta e foi falar, com o marido e a mãe, para que cuidassem dos filhos dela depois que não estivesse mais aqui. “Quando ela falou comigo achei que o meu tipo de câncer não teria cura, apenas cuidados paliativos. Descobri depois, quando fui ao oncologista que, mesmo sendo agressivo, meu tumor tinha tratamento. Foi aí que voltou minha força para viver.”

Depois que se acalmou, Deise conversou com o médico e viu que poderia tentar manter as atividades normais enquanto fazia o tratamento com quimioterapia, radioterapia, cirurgia de mastectomia radical e imunoterapia. Além de cursar Direito, ela também trabalha na Câmara de Vereadores de Venâncio Aires. “Ou seja, seria um tratamento longo e não poderia focar na doença. Algumas pessoas me diziam para trancar a graduação, deixar de trabalhar, mas isso me tornaria uma pessoa chata, não seria justo comigo e nem com a minha família.”

Deise ficou ciente de que a imunidade baixaria e ficar em uma sala de aula com outras pessoas poderia trazer riscos à saúde. E para manter os estudos, ela teve a ideia de propor assistir as aulas por vídeo. Falou com a coordenação do Curso, com alguns professores por mensagem e questionou se poderia assistir pelo computador. “Eu ainda disse que não queria nenhum tratamento diferenciado, apenas precisava respeitar a minha imunidade.”

Com o pedido prontamente aceito, uma câmera foi colocada nas aulas e ela assistia no mesmo horário dos demais colegas. “Pedi para fazer as provas na coordenação, numa sala sozinha. Lembro como se fosse hoje, eu ía de máscara para a Unisc, lembrava um pouco a época da pandemia. Todos os professores foram muito legais comigo e todas as aulas tinham uma câmera para eu poder assistir. E assim fiquei um semestre inteiro e graças a Deus deu tudo certo.”

A Unisc, professores, funcionários e alunos do Curso de Direito foram fundamentais no processo de recuperação de Deise. “Não me senti excluída da sociedade. Eu estava ali, junto com todos, de uma forma responsável. Sem falar que ocupei minha cabeça, pois tinha o trabalho e estudos para fazer. Eu só me ausentei quando estava mal. Tentava fazer a quimioterapia sempre nas sextas-feiras já pensando que, passando mal, teria o final de semana para me recuperar.”

Para Deise, a Universidade e os professores fizeram com que ela acreditasse que não era apenas mais uma aluna. “Entenderam meu problema e fizeram de tudo para eu manter os estudos e manter a cabeça ocupada, isso não tem preço. Serei eternamente grata. Não existe “uma receita de bolo” para quando descobrimos a doença, mas no meu caso eu optei por ocupar a cabeça de forma saudável.”

A família também foi fundamental no processo, pois sempre esteve ao lado dela. “Tentei manter a minha rotina para não enlouquecer. Quando passava mal ou ficava cansada, me escondia no quarto para as crianças não verem. Avisava meu marido, que foi um parceiro ímpar em todo este processo, para distraí-los. Mantinha uma rotina, fazia exercícios físicos em casa, todos os dias, para liberar o estresse. Isso também foi muito importante.”

Hoje, Deise está na fase final do tratamento e com formatura programada para janeiro de 2026. A estudante de Direito, que também é formada em Fisioterapia pela Unisc, sempre considerou que aniversário é sinônimo de recomeço. Ainda mais neste ano, depois de tanta luta. “É ter a chance de fazer algo diferente. Eu agradeço a Deus pela nova oportunidade que estou tendo. Vou lembrar sempre deste aniversário em que me tornei uma nova mulher, mais forte, mas também com novos valores. Concluir esta graduação já será uma virada de chave para mim.”

 Deise Divulgação

Deise Lírio Ferreira é estudante do Curso de Direito

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